Sunday, January 15, 2006

Jardinar

Sem Título ou Malha na confusão


Friday, January 06, 2006

O Jogo do Xadrez
DESPORTO ARTE CIÊNCIA


Extraído de um manuscrito árabe de 1257
Jogam as negras e ganham as brancas!

Do século XIII até hoje ainda não se descobriu qualquer posição mais instrutiva para esclarecer o que se passa num final de torre e rei contra cavalo e rei!


A criatividade humana !















"Medusa", mealheiro em papel reciclado
Artesãos : Ana Cadete, Paulo Bento

Thursday, January 05, 2006

Ho deuses, dêem-me o silêncio
exilem-me da prometida felicidade,
mergulhem-me num lago de dor
para sempre submerso
diluindo-me em mim mesmo
em busca da eterna solidão...

Ser mais escuro que o universo!
Mais frio que o aço!
Mais triste que o fado!
Mais só que a estrela!

Que os corvos cantem a canção da minha vida,
que os abutres a dancem
que o mundo me esqueça
que o inferno me receba!

NeoChips chorando a desactivação de NeoChips 2 na mitologia ciborg, robótica, e, mais tarde, pós humana ou mutante.

Extracto de “ O Primogénito” de Pepa
PRESIDENCIAIS! Diferenças?



"Golconde" 1953

Wednesday, January 04, 2006

I Want To Believe



As derradeiras palavras transmitidas pela Ecúmena Silenciosa diziam ( de acordo com os esforços dos tradutores) o seguinte:
TODAS AS PALAVRAS SÃO FALSAS. TODO O DISCURSO É IRRACIONAL. AQUILO QUE AGORA DIZEMOS APENAS MOSTRA O QUÃO MAIS FORTES SOMOS DO QUE A SANIDADE.
OBSERVAI: O ESFORÇO RACIONAL TERMINA EM FUTILIDADE COM O FIM DOS TEMPOS, OU DILUI-SE NA FÚTIL ETERNIDADE SE O TEMPO AO FIM NÃO CHEGAR. ASSIM, CONCLUÍ: O ESFORÇO RACIONAL EXIGE QUE AS CONDIÇÕES BÁSICAS E INALTERÁVEIS DA REALIDADE SEJAM ALTERADAS. CONTUDO, ISTO É IRRACIONAL.


Depois houve uma quebra no texto. Um segundo grupo de dados, quando a transmissão foi retomada, dizia:


A SANIDADE É A SUBMISSÃO À REALIDADE. A LIBERDADE É INCOMPATIVEL COM A SUBMISSÃO. ASSIM, A LIBERDADE EXIGE INSANIDADE. ESTA LIBERDADE SERÁ IMPOSTA.
A FIM DE CONDUZIR A UMA LIVRE ACEITAÇAO DESTA PROPOSIÇÃO, ASSIM SE PROVA:


0/0 Zero dividido por nada
ºº/ºº Infinito dividido por infinito
0xºº Zero multiplicado por infinito
1ºº Unidade elevada à potência infinita
0º Zero elevado à potência nula
ºº0 Infinito elevado à potência nula
ºº - ºº Infinito menos infinito


SAIBAM QUE É INSANO AFIRMAR QUE NÃO EXISTE UNIDADE, NEM ZERO, NEM INFINITO; É IRRACIOANL AFIRMAR QUE AS OPERAÇÕES MATEMÁTICAS RACIONAIS SE TORNAM IRRACIONAIS QUANDO APLICADAS A ESTES VALORES; È IRRACIONAL AFIRMAR A RACIONALIDADE DO INDETERMINADO. NO ENTANTO, ASSIM É A REALIDADE.


Um terceiro, e último, grupo transmitido dizia:

A SANIDADE É A SUBMISSÃO À REALIDADE. A REALIDADE É IMPERFEITA. A SUBMISSÃO À IMPERFEIÇÃO É INSANA. NÓS NÃO NOS SUBMETEMOS A VÓS. RECUSAMO-NOS A SUPORTAR UMA REALIDADE QUE VOS FAVORECE.
A teoria académica prevalecente dizia que a palavra traduzida por “sanidade” abarcava os sentidos “bondade moral”, “integridade autoconsistente” esuperioridade intelectual”.


Extracto de “A Fénix Exultante “ de John C. Wright.
A Equação
Era uma vez uma letra e um número que se tinham conhecido numa folha de rascunho , no meio de uma equação qualquer, entre milhares de outras letras e outros números. O lápis tinha-os posto juntos e assim se conheceram. Davam-se tão bem que não se apercebiam que andavam alheados da equação. Sem darem conta saíam do seu lugar para se isolarem dentro de dois parêntesis, sozinhos, sem sinais ou outros números ou letras a separá-los ! Outras vezes uniam-se entre chavetas formando um conjunto! Tudo corria bem falavam muito, sobre muitas coisas e foi preciso passar algum tempo para que as suas diferentes naturezas se começassem a manifestar. A letra tinha começado a gostar do número e o número da letra e apesar de nenhum deles acreditar em axiomas ou teorias universais pensavam ser assim o que o outro pensava. A letra começou a querer conversar e o número a querer conversar e beijar. O problema era que ela gostava de falar, não só pela sua natureza mas também porque tinha medo de beijar o número, ele pelo contrário tinha medo de conversar demais e de nunca a beijar. No fundo queria apenas conhecê-la de outra maneira. Como número gostava de derivadas e de tangentes! Ela com medo de deixar de ser letra recusava-se acentuando-se com acentos graves. Ele ficava negativo deixava de falar , virava conjunto vazio, criava fracções para a evitar, punha sinais de diferente entre eles. Mas o número nunca quis que ela deixasse de ser letra porque ele próprio não queria deixar de ser algarismo! E sem o assumirem continuavam a baralhar a equação. Criavam várias situações complicadas nas diferentes folhas do rascunho , em algumas delas nem se viam e, no fim, já só se olhavam cada um na sua margem sem se falarem.Como a equação não tinha solução a mão, já cansada do lápis, pegou nas folhas amachucou-as e deitou-as para o lixo. Por distracção uma tinha ficado em cima da mesa e a mão fez dela um avião de papel que atirou pela janela. A letra e o número olhavam-se cada um numa asa diferente interrogando-se e tal era o seu desejo de falarem que quase se soltavam do avião de papel. Voavam à vontade do vento procurando mesmo assim uma alternativa trocando de lugar com outros números para tentarem redescobrir-se. Mas era tarde demais, tinha começado a chover e já alguns números e letras desapareciam. O número e a letra olhavam-se assustados e nesse último olhar ambos questionavam a mesma coisa. Como foi pena não terem estado, uma só vez, só os dois, numa folha de papel branco na horizontal fundindo-se num circulo, dependentes e independentes, ela 'O' ele ' 0 ' ... e enquanto o tempo se demorava a chorar e todos se diluiam lentamente numa mancha azul o número continuava a desejar... um beijo!
Pepa
Les Amants


DESEJO

Tenho os meus olhos nos teus
São os mais bonitos que já vi
Os teus não me vêem
Os meus são os que te esperam

Pepa